O conhecimento da história de uma civilização não pode deixar de ser acompanhada pela história do que a alimentava.
O conhecimento sobre a trajetória e desenvolvimento da criação de galinhas e seus motivos na história da evolução das civilizações nos darão base para identificar problemas e soluções para resolver ocorrências em nosso dia a dia.
Todo esse conhecimento parece ter sido deixado para traz, aparentemente de forma proposital, para uma maior dificuldade do desenvolvimento de uma criação mais rústica, com novas texturas, cores tamanhos, formas e sabores.
Um grande abraço, sou o Sandro Ribeiro, proprietário do Sítio SANCAIPI e criador do curso MANUAL DO CRIADOR DE GALINHAS CAIPIRAS.
Hoje iremos falar sobre a história que circunda a criação de galinhas e qual a finalidade e importância destra criação no desenvolvimento, e por que não dizem, avanço das civilizações.
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Já esse material que estamos abordando hoje faz parte de um de nossos E-Books que se chama, PLANEJEMENTO PARA UMA CRIAÇÃO DE GALINHAS CAIPIRAS INDUSTRIAIS. Esse E-Book foi desenvolvido para ajudar o empreendedor que quer iniciar um negício com a criação de galinhas caipira começar da maneira certa.
Aproveite para dar olha olhada, e conhecer mais, mas não deixe de consumir esse conteúdo.
Começaremos com o entendimentoda criação de galinhas no período antes de Cristo.
O Gallus domesticus remontam de milênios antes de Cristo , onde arqueólogos estimam algo em torno de 3.000 a.C, com evidencias que aves domesticas já eram conhecidas pelos Sumérios.
Charles Darwin acreditava que existia inicialmente uma única espécie que era denominada RED JUNGLE FOWL (galinha selvagem vermelha), mas estudos mais recentes identificaram 4 espécies especificas e com uma impossibilidade temporal de não possibilitar o cruzamento entre elas no período de suas existência: a galinha de Java (Gallus varius); do Ceilão (Gallus lafayetti); de Bankiva (Gallus gallus), espalhada pela Índia oriental, Malásia, Camboja, Sumatra e Filipinas; e a galinha de Sonnerat (Gallus sonnerati), na Índia ocidental e meridional.
O entendimento de onde surgiu e como eram criadas desde os primórdios, pode nos dar uma maior base de conhecimento para desenvolver um bom plantel.
Também foram encontrados relatos no Egito desde o século XIV a.C. Outros datavam do século IV a.C, onde já demonstrava um conhecimento da continuidade da criação (onde se sabia que os galos eram criados para briga – como esporte; e as galinhas para ovos) desenvolvendo formas de incubação com a utilização de tijolos de barro para os incubatórios e o fogo como o aquecimento utilizando estrume de camelos e observado diuturnamente por pessoas de famílias detentoras desse conhecimento passado de geração em geração, possibilitando a chocagem de 10 a 15 mil ovos de uma só vez.
Essa estrutura também servia como proteção para os pintinhos até a fase onde os mesmos já poderiam viver sem um aquecimento artificial.
Acreditasse que a civilização egípcia foi a primeira a se organizar em sociedade, realizando produções em grandes escalas como os conhecidos de enormes sistemas de irrigação, construção das pirâmides e de monumentos que trazia a obrigação de uma fonte de alimentação em grande escala.
Vale ressaltar que para conseguir uma incubação de números ovos, é preciso se manter um alto plantel de aves (de ambos os sexos) demonstrando um grande conhecimento e controle zootécnicos para o sucesso.
Existe evidencias que, de forma parecida, na China nos anos de 1.500 a.C. também se dominava esse conhecimento, principalmente para alimentar com ovos os operários que trabalharam na construção da grande muralha, pois os chineses só consumiam a carne após o período de postura das aves.
Dando um salto no tempo,
vamos para o período da expensão romana, pois foi onde se fez a transição entre o mundo antigo e a era cristã. Lá que foi domesticada e criada em grande escala (inclusive com distinção entre aves para corte e postura) com diversas praticas ainda usadas na avicultura moderna como o confinamento, rações especiais, programa de luz, castração e debicagem.
Ainda existe uma controvérsia entre os autores sobre a chegada das galinhas para as Américas. A dúvida está em torno da galinha Araucana que foi encontrada como uma ave nativa e domesticada pelos aqui existentes na época.
A Araucana é considerada uma ave única tento a característica de ovos com cores azuladas e esverdeadas. O nome também tem origem de línguas indígenas sem a influencia dos colonizadores, até então. Contudo, existem características de raças asiáticas, que podem ter sido trazidas por povos antigos e realizando cruzamentos.
Relatos da presença de aves nas Américas só foram registros dezenas de anos após a chegada dos portugueses e espanhóis nas Américas, por volta dos anos de 1520 d.C.
Na costa do Pacífico, também existe relatos de aves nas histórias e lendas antigas desses povos. Mas também se encontram traços de linhagens asiáticas nas encontradas nessas regiões.
Nos tempos modernos ainda
se enxerga muitas características da avicultura do mundo antigo na avicultura industrial; parece controverso, mas as práticas de confinamento, incubação, alimento de engorda, programação de luz, são algumas das diversas prática de manejo usadas nessa avicultura e relatada pelo mundo antigo.
Mas também existem relatos vindos de parte da Ásia da criação de aves em um sistema quase que selvagem.
Nesses casos, as aves vivem com uma liberdade entre pasto e local onde se recolhiam, identificado no que vemos hoje nos sistemas semi-extensivos e semiintensivos.
A partir do final do século XVIII, apesar da ciência ainda ser rudimentar, a mudança de pensamento sobre as formas de criação, com ênfase na linhagem e na possibilidade de avanços e melhoramentos das raças, é o primeiro passo para chegarmos as evoluções encontradas hoje nas melhorias genéticas e linhagens híbridas.
A partir do século XIX, nos Estados Unidos, começou a se buscar padronizações onde se poderia conseguir excelência na comercialização ou na beleza das aves para exposições e eventos. Foram criadas feiras de exposições, avençando para a criação da Sociedade Americana de Avicultura, com criadores dos Estados Unidos e Canadá.
Nos anos de 1870, evoluiu para um manual que descrevia pontos fortes e fracos de 41 raças e linhagens de aves. Em 1888, foi adotado um novo manual, manual esse que a Sociedade acima descrita adotou como padrão para seus associados.
Com o século XX, veio também o desenvolvimento da industria e a demanda crescente de alimentos baratos e em grande quantidade, ocasionou a rápida industrialização da produção de ovos; produto esse que poderia ser utilizado de varias formas.
Também nessa época, surgem os primeiros aviários com grandes quantidades de aves, cada vez mais confinadas, onde algumas propriedades deixaram de ser diversificadas para se especializarem em avicultura de ovos, trazendo também uma tecnologia em bases cientificas para uma padronização do produto.
O aumento dos planteis, num maior confinamento e a busca incessante de melhores linhagens através das hibridações, trouxeram prejuízos na comercialização devido a doenças e canibalismo. Com isso, a tecnologia foi cada vez mais introduzida na avicultura, elevando os custos de produção, restringindo cada vez mais os pequenos produtores.
A Leghom Branca foi a raça que mais se adaptou a esse período por não serem barulhenta, não dormem em poleiros e são bem adaptadas a programação de luz, já que vão dormir mais tarde e levantam mais cedo – características ideais para produção de ovos em gaiolas em grande escala.
A galinha deixou de ser um símbolo para uma sociedade (numa comparação simples de uma mãe dedicada aos seus filhos sendo geridas por galo patriarcal), para ser mais uma peça da engrenagem industrial de rações e alimentos.
A hibridação foi mais uma peça dessa engrenagem, pois a baixa resistência que foi involuntariamente introduzida nesse processo, gerou uma necessidade tecnológica na área farmacêutica, criando uma série de vacinas e remédios veterinários, tornando até mesmo obrigatório o uso desses em conjunto com a criação de um ambiente estéril (introdução de ventilação artificial, ração com antibióticos, busca de casca mais espessa, controle de mudas choco, dentre outros) para evitar grande epidemias, só que com custos cada vez mais elevados.
No Brasil, as galinhas fora introduzidas pelos colonizadores logo no início de 1.500 d.C., aves essas de origem do mediterrâneo.
Essas aves, apesar de terem características de aves mais pesadas e de corpos avantajados, deram origens a hoje chamadas “galinhas caipiras” com seus cruzamentos aleatórias entre raças, se tornando exemplares mais longelíneos, com pernas longas, colorações variadas, postura irregular e alcance pesos não tão elevados.
Isto posto, segundo Gessuli (1999), a galinha caipira chegou ao Brasil antes dessa época, conforme relatos do historiador, Martin Bueno de Mesquita. Então a avicultura caipira do Brasil tem bem mais de 500 anos. Iremos flutuar por esses dois ambientes em nosso livro.
Por muito tempo a criação de galinhas foi feita por pequenas propriedades, para consumo próprio de carnes e ovos, com troca (venda) dos excedentes. No início do século XX alguns criadores de São Paulo e Minas Gerais começaram criações em escalas maiores, buscando inclusive aprimoramento.
No inicio desse mesmo século, surgiu em São Paulo a primeira Sociedade Brasileira de Avicultura buscando aproximar s pequenos dos grandes criadores de aves, realizando feiras, encontros e concursos, desenvolvendo a avicultura do País.
Na segunda metade do século XX, a Sadia foi a pioneira a trabalhar com avicultura nos moldes industriais, importando tecnologia dos Estados Unidos, tendo sede no Sul do Pais, enquanto no Sudeste ainda estava no processo de começar a venda de aves abatidas a partir dos anos de 1970.
O crescimento populacional, similar em outros locais, fez a indústria da avicultura entrar em uma crescente no País.
Concluímos
que a criação de galinhas tem uma grande importância o desenvolvimento das civilizações conhecidas do planeta terra desde a tempos antes de cristo (a.C.).
Imaginarmos que toda nossas criações tem uma evolução de conhecimentos de civilizações tão antigas e com tecnologias hoje vistas como mirabolantes, para época era o mais avançado e, o mais importante, dava resultado.
Um grande abraço e não esquece de nosso E-Book que abordamos esse e outros assuntos.
Sandro Ribeiro
Proprietário do Sítio SANCAIPI e criador do curso MANUAL DO CRIADOR DE GALINHAS CAIPIRAS.
RESUMO:
O conhecimento histórico de uma civilização deve ser acompanhada pelos fatores que a sustentava.
E as galinhas estão inseridas em todo esse processo.
Falaremos sobre o Histórico a.C, Histórico d.C, Histórico Moderno e Histórico no Brasil, dando uma base sólida para o início do seu planejamento em relação a criação de galinhas.